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Imigração Italiana e Dupla Cidadania

  • Pedro Henrique Alves
  • 5 de jun. de 2023
  • 3 min de leitura

Desde meados da colônia, o Brasil tem sua história marcada pela presença italiana: nas expedições marítimas portuguesas, muitos deles se destacavam como navegadores, assim como se destacavam também como arquitetos nas missões jesuíticas do Rio Grande do Sul. Porém, a vinda sistemática de italianos para o Brasil só se deu em fins do século XIX, principalmente após a abolição da escravatura brasileira e de uma Itália arruinada por vinte anos de lutas por uma unificação (1871).


Se por um lado a Itália tinha muitas pessoas em busca de emprego, em repleta dificuldade para sobreviver em suas pequenas propriedades rurais ou nas cidades recém industrializadas e com pouca oportunidade, o Brasil necessitava urgentemente de mão de obra, e optara então pela mão de obra de origem europeia, ao invés de qualificar os antigos escravos e reintegrá-los ao mercado de trabalho, no intuito de moldar a sociedade aos padrões de etnia e religião da elite brasileira.





O próprio governo brasileiro fez uma enorme campanha para atrair esses italianos para o trabalho na lavoura brasileira. Através da Associação Auxiliadora da Colonização e Imigração para a Província de São Paulo (1871), e a sociedade Promotora da Imigração em São Paulo (1866), o governo promovia subvenção estatal, passagens gratuitas, recepções no porto, acomodação e transporte até às fazendas de cafezais. Os agentes brasileiros recrutavam os imigrantes vendendo a imagem de um paraíso na terra do Brasil — o “paese dela cucagna”, como se convencera muitos italianos.


Hoje acredita-se que, entre 1870 e 1920, oriundos principalmente de Vêneto, Campânia, Calábria e Lombardia (IBGE, 2000), cerca de 1,4 milhões de italianos imigraram para o Brasil, espalhando-se por São Paulo e fazendo colônias no Sul do país; de maneira especial, no Rio Grande do Sul, com as colônias da Serra Gaúcha e Bento Gonçalves.


E os italianos que aqui vieram trouxeram consigo muitas características que foram introduzidas à nossa cultura. Além do catolicismo fervoroso das mammas, muitas palavras italianas foram introduzidas no vernáculo pátrio, assim como os pratos que conquistaram rapidamente o coração do brasileiro e aqui fizeram sua morada, tais como a pizza, o capeletti e a macarronada. Outro símbolo importante que ganhou espaço no imaginário popular brasileiro é o conceito de família do personagem Don Vito Corleone e a tradição da festa da Achiropita, todo ano celebrada na cidade de São Paulo.


A estimativa da Embaixada Italiana no Brasil é de que cerca de 25 milhões de descendentes italianos vivem no país. Porém, apenas 200 mil cidadãos têm a dupla cidadania. Ou seja, um forte indicativo de que muitos não conhecem as raízes dos seus antepassados e nem imaginavam que podem se fazer ítalo-brasileiros.


Por essa razão, hoje descendentes de italianos possuem a possibilidade de resgatar as suas origens e retornar “à pátria mãe” através da obtenção da dupla cidadania italiana. Forma que a Itália encontrou para reocupar este lugar esvaziado pela imigração italiana para as Américas principalmente entre os séculos XIX e XX.


Neste processo a Pesquisa Genealógica possui papel bastante significativo, já que é através dela que temos a possibilidade de descobrir a origem dos nossos antepassados e provar quem foram nossos antepassados Italianos. Uma Pesquisa Genealógica consiste em reunir a história que você já sabe de sua família e começar a construir sua árvore genealógica através dos registros ou certidões dos seus ancestrais.


Pois, se estamos aqui hoje, é porque somos frutos do sangue e do suor de nossos antepassados; somos os desafios que eles superaram, as crenças que eles botaram sua fé. Todos nós também somos, de certa forma, os que nos antecederam: compartilhamos com eles o embrião da humanidade. Portanto, ignorar a descendência é ignorar uma parte do próprio eu, por fim, é se desconhecer.


 
 
 

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